20081126 21:34:00 redazione-IT
Crise revela perfil empreendedor do crime organizado
Milão – Cerca de 180 mil empresas italianas foram obrigadas a pedir financiamentos à Máfia, pois os bancos italianos se recusam a cobrir suas necessidades de liquidez, principalmente para capital de giro.
Os dados são oficiais e foram confirmados pela União dos Lojistas da Itália, a Confesercenti. Eles mostram que a pior crise financeira das últimas oito décadas significa "grandes negócios" para a Cosa Nostra.
A usura é a atividade que mais cresce para a Máfia, proporcionando arrecadações anuais de 15 bilhões de euros. Com esta gigantesca liquidez em suas mãos, as gangues e os capos das famílias mafiosas deverão ampliar sua influência sobre todos os setores da vida econômica italiana, realizando aquisições e fusões de empresas, bancos e imóveis.
"Com um faturamento anual que atinge 130 bilhões de euros e desempenho líquido de 70 bilhões de euros, se a Máfia fosse uma empresa, seria a maior multinacional italiana. Mas, em antítese com as demais empresas, ela tem sido minimamente afetada pela crise financeira mundial", constata um relatório da Confesercenti. E isto a torna ainda mais perigosa.
Famílias de capos como a Máfia siciliana, da Camorra napolitana e da N"Draguetta da Calábria decidiram aproveitar a crise de crédito que levou os bancos a fecharem as torneiras dos empréstimos e financiamentos para empresas.
Milhares de empresas italianas foram obrigadas a recorrer às diversas facções do crime organizado para conseguirem empréstimos e financiamentos, pagando taxas de juros usurárias.
O crime organizado italiano utiliza os desempenhos destas operações para financiar outras atividades suas – ilegais ou mesmo legais – em todo o país.
Os interesses legais da Máfia se concentram nos setores da construção civil e do comércio varejista: famílias tradicionais de capos operam restaurantes, além de terem presença nos segmentos de turismo, apostas, coleta de lixo, saúde e imóveis.
Já as atividades ilegais da Máfia compreendem o tráfico de drogas, o contrabando, a prostituição, a lavagem de dinheiro e uma série de outras transgressões do Código Penal italiano.
De acordo com as últimas informações, as famílias mafiosas já penetraram nas empresas de petróleo e gás natural, nos times de futebol e até nos bancos da Rússia.
Maria Segre
Sucursal da União Européia.
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EmiNews 2008
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