20080125 18:43:00 redazione-IT
Roma- Clemente Mastella, componente mais ridículo do recém finado governo Prodi, não vendo a necessidade de explicar aos eleitores porque estava traindo a maioria deles – que elegeu um parlamento de centro-esquerda – retirando seu apoio ao governo da coligação "União", prefere citar uma poesia recebida em um dos muitos SPAMS que circulam pela internet.
Tentando dar uma de intelectual, substitui seu discurso de retirada do "voto de confiança" pela leitura de “A morte devagar”, que começa com “Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito…”, citando a autoria como do grande premio Nobel comunista chileno Pablo Neruda.
Ocorre que, ao contrário do que consta no SPAM, a verdadeira autora é a jornalista gaúcha Martha Medeiros.
O editor de Pablo Neruda na Itália, Stefano Passigli, afirmou que, “quem conhece a sua poesia se dá conta imediatamente que aqueles versos banais e vagamente new-age não poderiam jamais ser obra de um dos maiores poetas do século XX. (…) Ainda bem, porque não creio que Neruda, que dedicou sua vida a grandes ideais políticos, teria gostado de ouvir a citação de uma poesia realmente sua da boca de Clemente Mastella.” – finaliza.
Eu acredito que nem mesmo a Martha Medeiros gostaria…
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Na verdade tudo indica que Mastella quis fazer cair o governo para que, em conluio com Berlusconi, se chamassem novas eleições com a atual lei eleitoral (denominada "Porcada" pelo próprio autor, ex-ministro de extrema-direita do Governo Berlusconi). Isso porque Walter Veltroni (Partido Democrático) estava guiando o processo de criação de uma nova lei que não permitisse que partidos de fundo de quintal como o de Mastella pudessem continuar tendo o poder da chantagem, ditando os rumos (ou a paralisia) de um governo.
De qualquer maneira, quem tem (ou conhece quem tem) cidadania italiana comece a se preparar para não deixar que Berlusconi volte. Pode-se dizer que foi graças aos italianos do exterior que isso não aconteceu em 2006.
Jean Carbonera
FILEF/Brasil
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